Jogos & Celulares...heróis ou vilões da aprendizagem?

 



Foi em plena pandemia que um dos fantasmas de pais e professores resolveu mostrar o seu lado bom, de vilão a herói, os celulares assumiram lugar de destaque no novo cotidiano escolar,  todos tiveram que se render e dar o braço a torcer, afinal os nativos digitais já dominavam essa tecnologia e não tiveram dificuldade alguma em se adaptarem com a sala de aula digital, usaram o meet, teams , classroom e tantas outras plataformas colaborativas com grande destreza e domínio.

E tudo isso graças a habilidades que outrora foram adquiridas e treinadas a base de muitas barganhas, punições e até mesmo brigas. O uso do celular sempre foi muito discutido e até mesmo rejeitado no âmbito escolar, mas de certo se não fosse pela teimosia dos pequenos as aulas online apresentariam grandes desafios para os pais. Sim, para os pais, pois muitos foram "tutores pedagógicos" neste período pandêmico e se essa garotada não tivesse essas competências seria, Indiscutivelmente, um sufoco dobrado.

 Então isso significa que agora o celular virou um super herói da aprendizagem?

A resposta não é tão simples assim, mas uma coisa já vimos vilão não é o adjetivo mais apropriado para o aparelho, mas vamos tentar encontrar um ponto de equilíbrio neste assunto.

Como sempre digo aprender é um ato de esforço, portanto demanda alguns requisitos que se atendidos podem contribuir para uma assimilação mais rápida e tranquila, quando o uso do celular se torna desregrado pode mostrar-se desfavorável a estes requisitos. 

Por exemplo, já sabemos que a luz azul emitida pela tela induz o nosso cérebro a pensar que ainda é dia, dessa maneira desregula nosso relógio biológico e isso resulta na inibição da produção da melatonina , uma vez que se tem deficit desse hormônio dormir torna-se muito mais difícil. Respeitar o número de horas de descanso é imprescindível para aprendizagem, a exemplo: crianças entre 6 e 13 anos precisam dormir de 9 a 11 horas por dia. 

Um outro fator de alerta é o cardápio diversificado de jogos disponíveis nos smathfones, a preocupação aqui é distração prazerosa que a atividade permite, são crianças, jovens e adultos apaixonados pelas brincadeiras digitais, logo entre realizar uma atividade de esforço a uma mais agradável e lúdica, provavelmente, a mais trabalhosa ficará para outra hora.

Parece controverso, afinal as metodologias ativas são excelentes ferramentas de aprendizagem e os jogos compõem esse rol, porém este tem uma intencionalidade pedagógica e aperfeiçoa o processo de aprendizagem, já aqueles são fontes de perda de foco/atenção  que muito prejudica o processo de aprender.

E então jogos e celulares são heróis ou vilões da aprendizagem?

Nem um nem outro, o que decidirá  a atuação dele é o tipo de relacionamento tecnológico que o seu usuário possui.  

Nativos digitais,  são exímios com as ferramentas tecnológicas e as utilizam de forma intuitiva, precisam de metodologias mais dinâmicas que promovam um aprender ativo, neste sentido o celular pode ser um ótimo alinhado, pois facilita a conectividade, pesquisa e a utilização de aplicativos educacionais, é necessário tirar proveito dessas potencialidades,pois não haverá retrocessos e ele já faz parte dessa geração. 

Por outro lado, a família, o professor e a escola  não estão isentos da função de educar e orientar para que mal o uso desses aparelhos não seja o protagonista do não aprender. 

Espero ter auxiliado um pouquinho e caso tenha alguma dúvida e queira uma segunda opinião utilize o campo dos comentários que o responderei o mais breve possível.  

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Quem sou:

Maria Christina
Psicopedagoga/Pedagoga CBO 2394/25
Especialista em Produção de Materiais Pedagógicos
Design Instrucional

Após ler este artigo, que tal ler: Rotinas para os pequenos - Engessar ou Flexibilizar?






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