Rotina para os pequenos - Engessar ou Flexibilizar
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Rotina para os pequenos - Engessar ou Flexibilizar |
Construir uma rotina é “simplesmente” definir tarefas diárias e estabelecer limites, entretanto envolvem muitas outras habilidades que de simples nada tem.
Popularmente a palavra rotina carrega em si um sentido pejorativo, pesado e tedioso, de maneira que adotá-la seria engessar a vida dos pequenos e inibir as iniciativas de descoberta de mundo.
De outro lado não adotá-la é assumir a responsabilidade de conviver com crianças “perdidas” que precisam de auxilio para as mais simples atividades diárias, pois não conseguem estabelecerem uma sequência de tarefas para atingirem um objetivo. São vulneráveis aos diversos estímulos ambientais e não focam no momento de realização.
Segundo Oliveira (2002) a rotina diária é para as crianças o que as paredes são para uma casa, dando limites, fronteiras e dimensão à vida. A rotina dá uma sensação de segurança. A rotina estabelecida dá um sentido de ordem do qual nasce a liberdade.
Estabelecer rotina implica em habilidades não só de organização, disciplina, administração de tempo, comprometimento, mas também flexibilidade. Estranhamente flexibilidade é habilidade importantíssima na manutenção da rotina, pois a vida é dinâmica e ninguém é detentor dos imprevistos.
Ser inflexível seria não compreender os imprevistos e tornar-se algoz daqueles que são incapazes de defenderem-se, acredito que a falta dessa habilidade seja a raiz para a rejeição em estabelecer rotinas, logicamente ser oito ou oitenta, sempre será mais fácil do que buscar um ponto de equilíbrio.
Posso relatar diversos casos da minha prática profissional, mas vou registrar o que mais me ensinou que flexibilidade é essencial para a rotina.
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Discente de 8 anos, cursando segundo ano do ensino fundamental I, aluna extremamente aplicada(os extremos me assustam). No final do primeiro semestre (2019) apresentou certo declínio em seus conceitos(notas), logo, sua mãe marcou um horário com a coordenação.
No dia marcado, relatou que estava presente, pois não queria aguardar o dia da reunião de pais para ser “culpada” pelo baixo rendimento da filha naquele semestre, pois ela acompanhava e tinha uma rotina rígida e que fazia tudo em prol da aprendizagem da filha. Perguntei sobre a rotina e como foi administrada nesse último semestre, respondeu:
-- A menina não está bem de saúde, mas ainda assim mantive rigorosamente meu compromisso rotineiro, mesmo nos dias de tratamento seguimos as rotinas, mesmo febril ou vomitando... só para não ter que ouvir que sou eu a culpada!
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Não é objetivo aqui continuar com o desfecho do caso especifico, mas sim tentar mostrar que o compromisso é em ter a rotina como instrumento facilitador de construção de hábitos saudáveis e libertadores, e não como correntes que impedem de vivenciar as necessidades reais do momento.
Portanto, é essencial que ao estabelecer uma rotina para os pequenos sejamos capazes mantê-la, porque para construir hábitos é necessário constância, contudo nunca esquecer que o mais valoroso é perceber o momento sem cair nas artimanhas infantis(que são muitas) e sempre que necessário FLEXIBILIZAR.
Espero ter auxiliado um pouquinho e caso tenha alguma dúvida e queira uma segunda opinião utilize o campo dos comentários que o responderei o mais breve possível.
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Quem sou:
Maria Christina
Psicopedagoga/Pedagoga CBO 2394/25
Especialista em Produção de Materiais Pedagógicos
Design Instrucional
Após ler este artigo, que tal ler: Dificuldade? Problema? ou Transtorno de Aprendizagem?
Referência: OLIVEIRA, Zilma de Moraes Ramos. Educação Infantil: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez Editora, 2002.
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